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17 novembro 2010

Entrevista com a nova revelação indie: Homemade Blockbuster.

(Entrevista produzida em 12/11 para nosso outro blog hypado, o El toron.com)


A cena curitibana se mostrou sempre muito promissora e efervescente no contexto indie/pop brasileiro anos "00's" (Copacabana Club, Boss In Drama, Sabonetes, etc), e agora ela está com uma novíssima revelação, chamada " HOMEMADE BLOCKBUSTER". A Banda que já tem em sua bagagem  uma passagem de abertura nos shows  do Girls e MEN, do festival Popload Gig 3, está despontando como uma promessa do rock alternativo. Batemos uma papo com o vocalista Neto, e veja como foi...

NNOFUTURE - Como vai Neto, tudo bem?

Neto -  Tudo sim!

NNOFUTURE - Você como o vocalista da Homemade Blockbuster, poderia me falar um pouco sobre o início da banda em Curitiba, e sua formação?

Neto - Geralmente não sou eu que dou entrevista, por isso o pessoal fica sabendo meio por cima como aconteceu, acho que é uma oportunidade legal pra contar mais detalhadamente. Eu e meu irmão, Fred, que era nosso guitarrista até o final de setembro, escrevemos "Dance Moves" de bobeira, ele gostava bastante de tocá-la pros amigos quando vinham aqui em casa. Foi aí que tive que fazer um vídeo pra faculdade que tinha que ter trilha. Acabou sendo só uma desculpa pra gravar a música. Na época eu não estava mais interessado em ter uma banda, fiz por diversão mesmo.
Chamei o Marcelo, que acabou virando o baixista pra dar uns toques na música e ajudar a gravar. Mostrei pra uns amigos, que mostraram pra outros e outros, e que começaram a me pedir pra gravar mais músicas, e foi aí que surgiu "Sweet Boys Sweet Girls". Apareceu na minha cabeça quando eu estava no banho, e levamos ela pra gravar no estúdio, onde ela ganhou forma, foi muito trabalhoso e demorado, mas ela acabou ficando de um forma que deixou todos satisfeitos. Mostrei o instrumental de SBSG e o Ricardo Blasch já se escalou pra banda. Depois que as duas músicas estavam online, acabou rolando tudo do nada, e no meio disso apareceu o André, que fazia o management pro pessoal da Monaco Beach. E quando meu irmão saiu da banda chamamos o Lucas que conseguiu somar muito à banda mesmo depois dela parecer fechada.
Confesso que quando estava terminando "Dance Moves" já imaginava que pudessem acontecer coisas legais, mas não tão rápido. Quem já teve banda sabe como essas coisas são. Participamos de um festival de bandas aqui, ensaiando durante um mês e foi o pontapé inicial da parada com banda física e tudo mais.

NNOFUTURE  - Como está rolando o processo de gravação do primeiro cd? Tem uma previsão do lançamento?

Neto - Ainda estamos terminando a pré-produção do álbum, mas queremos lança-lo ainda no primeiro trimestre de 2011. Vai mostrar bem o que é a Homemade Blockbuster, terá coisas bem a ver com as 2 músicas no myspace, mas também terão músicas que apontam um amadurecimento da banda mas sem perder a essência nem a personalidade, músicas que o pessoal que vai nos shows já conhece.

NNOFUTURE  - A banda paulista Stop Play Moon lançou seu álbum digitalmente, grátis para download, o HMBB pretende fazer o mesmo?

Neto - É difícil vender CD em grande escala, o que é uma pena, dificulta a vida do artista. No lançamento talvez faremos o já clássico download por um tweet, ou alguma outra coisa diferente, se preocupando principalmente com a divulgação. Apesar disso, gostaríamos de ter um vinil também, vinil é bem foda, não tem nada com uma qualidade de áudio como a dele, e tem o lance de ser algo grande, bem palpável. O mp3 é incrível pela velocidade, mas com certeza não é a melhor maneira de se consumir música.

NNOFUTURE  - Pelo que soube, o HMBB fechou contrato com o emergente selo Vigilantes, como está sendo a relação da banda com eles?

Neto - O Rafa (Rafael Ramos) é um cara muito bacana tem o jeito dele, tem opinião, mas que sabe respeitar a nossa, acho que o que sair disso vai ser satisfatório pra ambas as partes. Acho que isso importa bastante. A relação por enquanto tem sido bacana, mas acredito que vá melhorar bastante com o lançamento, tem muito trabalho ainda por vir.

NNOFUTURE  - Como consumidor da cena local curitibana, o que você sente dela em relação a outras cidades que o Homemade já tocou?

Neto - No começo era uma tortura, de verdade, eu me sentia como se estivesse indo pro abate. Bem no começo, era nosso 2o show, fomos pra uma cidade que a banda anterior tinha um repertório nada a ver com nosso, mas que agradava muito o público de lá. Nesse show a gente viu que tava tudo meio estranho e apelamos pra um Pokerface, foi bem tosco, mas o pessoal acabou se divertindo. No final da noite tava todo mundo bêbado mesmo. Foram rolando vários shows, e em alguns a gente se surpreendeu com a receptividade e noutros o público não interagia nem um pouco, mas o balanço geral é bem positivo. Acho que todo mundo devia ter uma banda por um tempo, sair por aí, é um aprendizado foda, meu irmão mesmo, acabou saindo pra estudar, fazer as coisas dele, mas agora tá bem mais cascudo. Aqui em Curitiba sempre fazemos shows fodas, digo, com o público junto, curtindo, pessoal subindo no palco, mas em outras cidades também rolam umas surpresas, como em Campinas, no Bar do Zé na comemoração de 2 anos do Rock n' Beats, abrimos o show com uma música que não gravamos ainda e o pessoal já gritou e agitou muito nela! Foi ótimo, pra mim foi de longe o melhor show, mas acho que após o lançamento do álbum, faremos melhores!

NNOFUTURE  - Quais são as bandas que influenciam o som do Homemade? E o que você tem escutado ultimamente?

Neto - Ah, tem muitas baladas de rock por aí, o pessoal sai pra ouvir o som, beber, fazer qualquer coisa, e acho que tudo isso influencia muito. Logo depois que tinha acabado um namoro meu, eu saía muito, só pra ouvir a música bem alta, e deu vontade de ter uma música minha estourando as caixas por aí, isso influenciou bastante. Eu sempre quis uma mixagem parecida com a do CSS, acho que soa bem em balada, e não soa tão como uma "banda", eu gosto bastante disso. Além disso tem realmente muita coisa que influenciou, eu gosto muito de Late of the Pier, por exemplo, mas não trago ao pé da letra a sonoridade de outras bandas, eu sei exatamente como gosto que a gente soe. Tenho ouvido muito Everything Everything, é genial, me deixou muito impressionado mesmo, merecem todas as críticas positivas em massa que estão recebendo, é uma qualidade muito grande, música que tem qualidade por ter, nada forçado, parece ter saído por sair, e ainda assim é absurdo. Quem me mostrou foi o Marcelo, baixista, os outros também gostaram bastante, nas palavras do André, "o som é fodão". Gosto bastante também de alguns produtores/djs, como Mark Ronson, The Twelves, Boss in Drama, 4Trakz. Com esse último, aconteceu algo bizarro. Eu já era muito fã do cara, e sempre entrava no myspace dele, deixava alguma mensagem qualquer, até que um dia ele chegou entrou no nosso, ouviu e disse que queria remixar. Não tenho nem muitas palavras pra definir, na hora achei que era alguma brincadeira, mas mandei as faixas e 1 mês depois estava lá. Pra quem quiser ouvir, www.myspace.com/4trakz .

NNOFUTURE  - Vocês tocaram no festival Popload Gig 3, abrindo para bandas de repercussão mundial, como Girls e MEN. Poderia nos contar como foi essa experiência, e se isso abriu algumas oportunidades para tocar fora do país?

Neto - Nesse show não creio muito nisso, pode ser que alguém do nada apareça e diga "vi vocês lá e blablabla", é que a banda ainda era muito mais imatura, apesar de ter sido só alguns meses atrás. Foi muito bom ter conhecido o pessoal das outras bandas, já tinha visto tantas vezes a JD em clipes do Le Tigre, é estranho conhecer alguém que você é fã. Acho que o Popload serviu pra dizer pra nós mesmos que éramos uma banda de verdade. Já conversamos com pessoal de fora sobre tocar por lá, mas até agora não rolou, tem várias bandas que tiram do bolso pra tocar fora, e nós realmente não temos de onde tirar grana. Acho que quando sair o álbum deve rolar tranquilo!

NNOFUTURE  - Obrigado Neto, esperamos em breve assistir um show de vocês!

Ouçam suas músicas no myspace da banda: AQUI.


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