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27 dezembro 2009

Jean Baudrillard e a sociedade simulacros



Jean Baudrillard é um dos principais teóricos na investigação da crise do mundo social contemporâneo, o pensador francês de 74 anos, recusa-se a falar em inglês, mesmo assim, é tão popular nos Estados Unidos por causa de suas análises sobre a cultura de massa que foi convidado a fazer um show de filosofia em Las Vegas. Convite recusado. Porém sua fama se deu através dos irmãos Wachowski, diretores de Matrix. No filme o hacker Neo (Keanu Reeves) guarda seus programas de paraísos artificiais no fundo falso do livro Simulacros e Simulação, de Baudrillard. Na época de sua produção Keanu leu o livro e costuma mencionar o autor em todas as suas entrevistas sobre Matrix. Até porque o ensaio sobre como os meios de comunicação de massa produzem a realidade virtual inspirou os diretores de Matrix a criar o roteiro. Baudrillard não parece ligar para a fama. Ele esteve no Brasil para lançar seu novo livro, Power Inferno, e participar da conferência 'A Subjetividade na Cultura Digital', na Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro.


Sobre a teoria do simulacro....

Jean Baudrillard aponta que a realidade, como a experienciamos já não existe, e vivemos um permanente e conspiratório espetáculo de mídia, assim, o pensador exerce a função de "entertainer" às avessas. Ele decreta o fim dos tempos, e todo mundo vibra. Suas obras atuam sobre a era da imagem, do virtual, da extinção das verdades, da crise dos paradigmas modernos.

Sobre a pós-modernidade...

Para Baudrillard, o resultado de um consumo rápido e maciço de idéias só pode ser redutor. Há um mal-entendido em relação a meu pensamento. Citam meus conceitos de modo irracional. Hoje o pensamento é tratado de forma irresponsável. Tudo é efeito especial. Veja o conceito de pós-modernidade. Ele não existe, mas o mundo inteiro o usa com a maior familiaridade.  Para o autor, A arte se integrou ao ciclo da banalidade. Ela voltou a ser realista, a desejar a restituição da reprodução clássica. A arte quer cumplicidade do público e gozar de um status especial de culto, situação prefigurada nas sinfonias de Gustav Mahler. Claro que há exceções, mas, em geral, os artistas se renderam à realidade tecnológica. Desde os readymades de Marcel Duchamp, a importância da arte diminuiu, porque a obra de arte deixou de ter um valor em si. Os signos soterraram a singularidade.


Obras publicadas: América, As estratégias fatais, À sombra das maiorias silenciosas, A sociedade de consumo, A transparência do Mal: ensaio sobre os fenômenos extremos, A troca impossível, A troca simbólica e a morte, A violência do mundo, Cool memories (série de quatro livros com ensaios), De um fragmento ao outro, Estação liberdade, Ilusão Vital, O anjo de estuque, O crime perfeito, O espírito do terrorismo, O paroxista indiferente, O sistema dos objetos, Palavras de ordem, Para uma crítica da economia política do signo, Power inferno, Relógio d'água, Senhas, Simulacros e simulação, Tela total: Mitos-ironias da era virtual e imagem, Telemorfose.


(trechos retirados originalmente da entrevista concedida a revista Época)

Um comentário:

  1. meeeeu exatamente, este foi "o" grande sociólogo que teorizou a "cultura descambando para o superficial e para o banal" esse é o mal estar ou melhor o abismo do século ao qual ele se referia, afinal, quem vislumbrou o ápice do existencialismo e a chegada do estruturalismo "caga" foda para o superficial, e que certamente deve ter ficado puto pelos irmaos wachowski terem citado ele como fonte de inspiração e agora alguns anos depois de sua morte é lembrado pela grande maioria por causa do filme isso faz o baixinho se contorcer no túmulo, afinal ele morreu em 2007 (já com 77 anos), e sua última entrevista se nao me engano aqui no brasil foi pra revista cult em 2005, mas enfim... noculture nofuture,

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