Se pensávamos que os filmes
de horror e terror tinham sido dominados pela indústria hollywoodiana nos
últimos tempos, empobrecendo um gênero tão elaborado por caras como Edgar Allan
Poe, H.P Lovecraft, David Lynch e vários outros, infelizmente estávamos certos.
Entretanto uma nova vertente de diretores vem reconstruindo a atmosfera do
absurdo, o hype cinematográfico é chamado Horror
Found Footage, que significa falso documentário, ou algo próximo a “filmagem
caseira”, essa estratégia já havia sido criada nos anos 1980, mas ficou conhecida em Bruxa de Blair. O movimento tornou-se ícone a partir da antologia V.H.S, que retrata um conjunto de vídeos
encontrados, contendo situações hiper-reais de rituais de magia, zumbis,
fantasmas, alienígenas, o que não parece novidade, torna-se, quando a narrativa
passa a ser conduzida pelas câmeras em primeira pessoa, e “toscas” dos efeitos
de corte, e “bug”, da estética Glitch.
Com o intuito de “borrar” as fronteiras do espectador entre o real e a ficção,
grande parte dos filmes utilizam desses dois níveis de apresentação da trama, a
primeira onde encontram-se os personagens acessando os vídeos, e a segunda
mostrando o conteúdo deles, que podem ou não interagir. A atmosfera non-sense e
o realismo ampliam por ambientarem-se no cotidiano, em situações banais e imprevisíveis,
forçando os efeitos especiais a um contorno menor e mais cru. O que poderia ser
um limite do gênero, passou a reinventar a estética de horror por hibridizar alta
tecnologia digital a captação de câmeras comuns. Não é mais o medo que desejam esses
diretores, mas sim, o incompreensível absurdo.
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